Desde o nascimento a nossa vida é marcada por situações especiais que indicam mudanças de fases e transições ao longo do nosso desenvolvimento. Essas situações podem ser chamadas, em alguns casos, de ritos de passagem. O Bar Mitzvah para os judeus, as Festas de Debutantes para os brasileiros, aprovação no vestibular, primeiro emprego, etc. Nesta semana tive a oportunidade de enviar meus filhos para o colégio interno. Trata-se também de um rito de passagem, uma vez que a vida como era vivida por eles até então será bem diferente agora.
Pois é, essas situações marcantes do nosso cotidiano me levaram a perguntar: Será que, na nossa caminhada cristã, também passamos por fases? Será que a transição entre essas fases também é marcada por ritos de passagem? A resposta é sim. Para aqueles que tiveram o privilégio de abraçar o cristianismo, o principal rito de passagem se dá quando conhecemos a Jesus, quando nos damos conta de que viver sem Ele não é mais uma opção e quando a nossa vontade de servi-Lo é tão grande que decidimos manifestá-la publicamente através do batismo. E não para por aí. O nosso crescimento espiritual se dá paulatinamente à medida em que “conhecemos e prosseguimos em conhecer” a pessoa de Jesus Cristo. De fato, é impossível conhecê-lo e continuar sendo a mesma pessoa.
Tem um outro rito de passagem para o cristão: Finalmente chega aquele momento em que cada seguidor de Jesus tem que assumir uma posição, ou seja, aquele momento em que você decide se quer ser um cristão passivo, a saber, aquele que é frequentador da igreja, consumidor de sermões e ouvinte da boa música adventista, OU se quer se tornar um cristão ativo, ou seja, aquele que não apenas frequenta a igreja, mas que leva outros até ela. Aquele que não apenas ouve bons sermões, mas que também escreve e prega esses sermões. Aquele que não somente consome a nossa boa música, mas que também se dedica a produzi-la e a interpreta-la.
Percebam, amigos, escolher ser um cristão ativo também é um rito de passagem. Diferente do batismo, que é público, falo daquela decisão que tomamos no íntimo do nosso ser, a portas fechadas, quando ninguém está olhando, só entre nós e Deus. Quando decidimos passar da passividade para a atividade, nós nos tornamos colaboradores e agentes na pregação do evangelho. A palavra de Deus nos diz que as “SUas misericórdias se renovam a cada manhã”. Eu acrescentaria que, a cada amanhã, Deus também nos dá oportunidades de servir, de atuar, de agir e, principalmente, de testemunhar. Nossa igreja precisa de líderes de departamentos, de pregadores, de músicos, de professores e de líderes de pequenos grupos. Sim precisamos de missionários dispostos a apresentar a pessoa de Jesus para aqueles que ainda não O conhecem.
Que tal aceitarmos mais convites para servir? que tal nos engajar em algum dos ministérios que a nossa igreja oferece? que tal colocar nossos talentos a serviço de Jesus? que tal trazer outras pessoas aos sEus pés? Sim, meus amigos, nós adventistas do sétimo dia temos uma decisão a tomar, um rito de passagem a enfrentar: sair do conforto da mesmice ou nos colocar no desafio da mudança. A minha dica: Sempre escolha encarar o desafio. Não é tão cômodo, traz dificuldades, traz responsabilidades e, às vezes, até angústias e dissabores, porém saiba disto: Cristo se agrada de transições de fase na vida cristã, especialmente aquelas que nos levam em direção à obra de salvar do pecado e guiar no serviço. Ele vai ao lado e nos aproxima, dia após dia, da vitória. Ser membro da igreja é muito legal, mas servir na pregação do evangelho, não tem preço.
Roger Castilho