Dois amigos caminhavam rumo a uma pequena aldeia. Depois de tudo o que havia acontecido, estavam cabisbaixos e desesperançados. Enquanto conversavam, outro viajante se aproximou destes e perguntou sobre o que tratavam em sua conversação que os deixara tão infelizes e preocupados. Ao que lhe disseram: “depois de tudo o que sucedeu, és o único que ignoras os acontecimentos destes últimos dias?”

Mas a pergunta seguinte os motiva a revelar o ocorrido: “Quais acontecimentos?”

– Os dois amigos - tinham um tom de surpresa, pois não lhes era concebível que no lugar onde estavam existissem pessoas que desconhecessem o ocorrido -, com Jesus, filho de José. O Jesus de Nazaré, realmente era um homem de Deus. Com certeza era profeta, suas obras eram poderosas… a maneira como ele falava era fora do comum; nunca vimos homem algum falar como ele. Mas os sacerdotes e nossas autoridades o entregaram para morrer e foi crucificado. Pensamos que ele iria nos livrar dessa humilhação que passamos todos os dias com Roma – e com um ar pesaroso, deram ao momento um rápido silêncio, com uma posterior pergunta: como pode ser que o povo de Deus sofra com esses ataques? – e voltando em si, completaram – Ah sim, mas já fazem três dias desde sua morte e até agora nada aconteceu. Até as mulheres disseram que seu corpo não se encontrava mais no sepulcro, mas os outros não o viram ainda. Era um bom homem.

É bem provável que isso aconteça hoje conosco. Sabemos tudo sobre Jesus, seu nome, vida, o que fez e onde viveu. E pode ser que caminhemos do seu lado por muito tempo sem mesmo reconhecê-lo. “No final, era apenas um bom homem”, e essa poderá ser a nossa conclusão. Como os dois caminhantes da história, poderemos estar cegos, em uma passagem apertada e de ar denso, procurando por luz e um ambiente sossegado, mas não sairemos dali a menos que O busquemos realmente. É quando tiramos o foco da perda, do prejuízo, da dúvida que nos tira essa esperança, que o caminho estreito nos guia a um lugar amplo, sereno, fresco e agradável. Esse lugar é uma pessoa, e não somente um homem bom e comum: Ele é Deus, e “por suas pisaduras fomos sarados”. Não das atrocidades de Roma, mas da imundície do pecado.

Pr Mateus Teixeira da Silveira