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boletins:devocional13082022

Quem é o Peregrino?

“Se eu encontrar em mim mesmo um desejo que nenhuma experiência neste mundo pode satisfazer, a explicação mais provável é que fui feito para outro mundo.” C. S. LEWIS

De uma maneira ou de outra, somos peregrinos em toda experiência que vivenciamos fora do nosso lugar de origem. Aqui não se trata somente daquele viajante que percorre longas distâncias, ou do forasteiro que anseia por água e abrigo; o peregrino procura por sentido em um espaço que não é o dele. Na verdade, o lugar, a identidade, os princípios e a visão de mundo são parte do processo, já que é fora de casa onde tudo o que se aprende é colocado à prova.

Na clássica alegoria cristã de John Bunyan, O Peregrino, o personagem Cristão (esse é o seu nome) se encontra triste e angustiado ao se deparar com a notícia de que sua cidade e tudo o que ele tinha seria desolado, e o fracasso em convencer sua família a escapar e ser salva o leva a fugir da destruição sozinho. Para se livrar da catástrofe iminente, teria que ir à Cidade Celestial, onde o final de sua história se tornaria, na realidade, o começo de outra mais importante.

O ponto interessante dessa obra é que Cristão passa a ser o Peregrino a partir do momento em que começa a sua jornada rumo à Cidade Celestial; e se o peregrino é aquele que busca por sentido fora do seu lugar de origem, então quer dizer que ele sempre esteve aonde deveria estar. Enquanto ele buscava por significado em suas ações, tudo começou a fazer sentido quando ele avistou o lugar onde sua fé e a esperança se materializaram: a Cidade Celestial sempre foi a sua casa. “Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo.” (Filipenses 3:20).

Nascemos estrangeiros, longe do nosso lugar de origem. Como explicar a sensação de que nenhuma experiência deste mundo pode satisfazer a minha necessidade de contemplar o belo, o transcendente, o eterno? Ou o sentimento de que existe algo além do céu estrelado, e ainda assim, me sentir em casa quando o contemplo? De sentir o aconchego de um lar no qual nunca estive antes, e de saber que neste preciso momento, posso tocar a eternidade ao escolher estar com o meu Pai, que me espera de braços abertos?

De fato, o maior desejo de Paulo para os seguidores de Cristo era que todos pudessem “pensar nas coisas que são de cima e não nas que são da terra.” (Colossenses 3:2). O exercício diário de desejar o céu faz parte da vida do peregrino, e, assim, trazer para a sua realidade tudo o que o céu representa.

Enquanto o seguidor de Cristo é provado em um espaço que não é o dele, sua origem é confirmada todas as vezes em que fecha os olhos e em oração avista sua verdadeira pátria.

É como aquela linda canção:

“Da linda pátria estou mui longe, triste eu estou. Eu tenho de Jesus saudade, quando será que vou?”

Pr. Mateus T. da Silveira

boletins/devocional13082022.txt · Última modificação: 2022/08/12 17:29 por itazedo@gmail.com

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